sexta-feira, 11 de maio de 2012

Labirinto de Concretos


      Acordar, trânsito,trabalho,estresse,cansaço: tudo isso influenciara diretamente na minha vida, uma vida sem graça, rotineira, alienada: Sempre induzindo-me contra a minha vontade, e quanto mais tento mudar, criar, mais me perco nesse amontoado de concreto e pessoas.
      A pouco tempo,"minutos", após tentar esquecer este dia tenso com uma ducha quente, "ainda em trajes de banho", sentei-me na cama e de cabeça baixa pensei. pensei em quê? Na minha infância, adolescência, nos meus pais; MEUS PAIS! Tudo isso fora minha vida, vida esta que morreu com eles naquele acidente. Lentamente levantei a cabeça, depois pus-me em pé e - já trêmulo - peguei nossa foto em cima do criado mudo, uma imagem bastante diferente de como me encontrava agora. Meus olhos já abatidos encheram de lágrimas, meu corpo já não me obedecia mais; agora eu era um ser inanimado naquele ambiente, nada mais que um objeto naquele quarto.
     Decidi acabar com tudo! Nesse momento abri a janela e subi na sacada. Não fazia mais sentido viver, ali eu daria fim a todo aquele sofrimento. Olhei a minha volta, vi prédios e mais prédios, carros, buzinas... Eu não queria que aquela imagem horrível fosse a minha ultima visão desse mundo. Peguei a nossa foto, a olhei fixamente, analisando-a já muito perturbado, lembrei de uma frase que o meu pai falava, era mais ou menos assim: " _ Não baixe a cabeça para os obstáculos, seja como as ondas do mar, faça de cada recuo um ponto de partida para um novo avanço." Passado aquele momento, eu já firme decidi lutar por minha felicidade, transformei toda quela angústia em uma vontade imensa de vencer, peguei meu violão, que já estava jogado a algum tempo num canto, e passei um bom tempo tocando e cantando. Mesmo não vendo mais ninguém naquele quarto eu tinha certeza que meus pais estavam ali torcendo por mim.

por: Carlos César

Nenhum comentário:

Postar um comentário